Hertha Spier é a sobrevivente mais velha que estava presente na emocionante noite de 10 de maio de 2012. Ela tem 94 anos e nasceu em Bielsko-Biala, no antigo império austro-húngaro, atual território da Polônia. Na tentativa de escapar dos nazistas, sua família fugiu para a cidade de Cracóvia, onde acharam que estariam livres de perigo. Puro engano. O exército alemão também ocupou esse território e eles foram confinados em um gueto. Sua família era muito unida. Isso comprova o sofrimento que passou, ao assistir à morte de cada um. Seus pais foram fuzilados. Na sequência, ela recebeu a oportunidade de entrar na lista de Schindler, mas recusou para ficar junto de sua irmã, último familiar vivo. Entretanto, a apenas duas semanas do término da Guerra, a irmã de Hertha não resistiu ao tifo, uma doença que contaminou vários prisioneiros.
Hertha sobreviveu, ao ser resgatada pelos exércitos aliados, mas sua vida praticamente não tinha mais sentido. Não possuía mais nenhum ente querido vivo. Ela estava debilitada, com apenas 28 quilos, aos 26 anos, em um hospital sueco. Mal conseguiu acompanhar a libertação dos judeus. Sua esperança foi ter lembrado de uma amiga de sua irmã, que havia migrado para o Brasil. A palestrante seguiu o rumo da amiga e mudou-se para o Brasil, onde construiu uma nova vida. Hoje, ela é mãe de dois filhos e já é avó. Ela guarda marcas até hoje. A principal é a tatuagem no braço, com o número A21646.
L.G
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