sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Depoimentos de sobreviventes da II Guerra:

Motke Zaidl e Itzhak Dugin:
"No momento em que se abriu a última vala, reconheci toda a minha família. Mamãe e minhas irmãs. Três irmãs com seus filhos. Elas estavam todas lá. (...) Quanto mais se cavava para o fundo, mais os corpos estavam achatados, era praticamente uma pasta achatada. Quando se tentava segurar o corpo, ele esfarelava completamente, era impossível pegá-lo. Quando nos forçaram a abrir as valas, proibiram-nos de utilizar instrumentos, disseram-nos: Bé preciso que se habituem a isso; trabalhem com as mãos (...) Os alemães haviam até acrescentado que era proibido empregar a palavra bmorteb ou a palavra bvítimab, porque aquilo era exatamente como um cepo de madeira, aquilo não tinha absolutamente nenhuma importância, não era nada."

Simon Srebnik:
"Lembro-me de uma vez, eles ainda viviam, os fornos já estavam cheios, e eles ficaram no chão. Todos se moviam, voltavam a si, aqueles vivos... E quando eles os jogaram aqui nos fornos, todos estavam reanimados: foram queimados vivos (...) Quando vi tudo aquilo, aquilo não me tocou. Só tinha treze anos, e tudo o que havia visto até ali eram mortos, cadáveres. Jamais havia visto nada de diferente. (...) Eu pensava: deve ser assim, é normal, é assim. (...) As pessoas tinham fome. Iam e caiam, caiam... O filho tomava o pão do pai, o pai o pão do filho, todos queriam permanecer vivos (...) Pensava também: Se sobreviver, só desejo uma coisa: que me dêem cinco pães. Para comer... Nada mais."




N.

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